Sunday, September 05, 2004

Cultura e étca indy, no-global e americana

No festival de cinema da Veneza predominaram os filmes e a cultura americana. Até a decoração foi à americana: € 800.000 para 60 leões. Os no-global protestaram com um leão pelas estradas com o preço marcado de 800 liras, (menos de menosde um euro).
Recordo outra manifestação dos no-global contra os gastos astronómicos com uma dita obra de arte numa praça de Milão: uma agulha gigante em homenagem à moda.
Estas duas manifestações parecem-me inteligentes e civis: a moda é um dos piores vícios da sociedade de consumo, fonte de desperdícios de energia e bens naturais para alguns se mostrarem superiores. Os gastos exagerados em decorações para depois aumentar lixo e poluição são uma vergonha enquanto há pessoas a morrer de fome.
Parece-me lamentável que certa informação deixe estas manifestações sem notícia e continue a dar importância exagerada a outras bárbaras e violentas de que se deviam envergonhar tanto pela injustiças de danos a inocentes como pela estupidez dos meios e dos fins: a Nápoles causaram centenas de feridos e danos enormes para protestarem contra Bill Gates que veio explicar como as novas tecnologias evitam as bichas da função pública. Eu foi para bichas ás 3 da noite e encontrei alguns que estavam na rua ao frio e chuva de Inverno das 20h para serem os primeiros a ser atendidos às 8 da manhã, 12 horas depois. Em 3 meses foram feitas 9 milhões de consultas num sito do Governo. Imagino que muitas delas contribuíram para obter em minutos informações como aquelas em que eu perdi várias horas nas bichas. Sobre aquilo que eu considero uma estupidez, as manifestações dos no-global no G8 de Génova, continuam no home page do indy italiano e já se escreveu demasiado. Mas o mais importante será escrito pela História. Esta notícia colocada no http://portugal.indymedia.org/ler.php?numero=44116&cidade=1 não teve comentários, ao contrário do enorme dossier sobre o G8 de Génova.
Vi a notícia num telejornal de uma TV de Berlusconi e esperava um grande aprofunadamento no indy de Itália que continua há mais de 3 anos com várias notícias na home page dos no-global, quando alguns destes se mostraram mais estúpidos, bárbaros e violentos: no Global Forum de Nápoles e no G8 de Génova.
A cultura americana, considerada por certos indy "darwinista de merda", dá prioridade à eficiência prática, ao pragmatismo filosófico, cultural e económico. Para isso cria uma sociedade hierarquizada segundo a eficiência, com enormes fortunas das elites mais criativas e produtivas em contraste com a miséria de uma parte da população.
Muitos "no-global" da cultura indy aproveitam as vantagens que receberam dos americanos para os combaterem: globalizam a luta com Internet e financiam-se com o uso das cartas de crédito americanas. Criam uma cultura e ética de ódio irracional em vez de aproveitarem o bem que podem receber e criticar o mal.
Os USA, (convido a não usar EUA: (1)), são um dos povos com menos passado, com o melhor e pior de meio mundo, especialmente dos fugidos das guerras europeias. Foi dos primeiros e principais colonizados a obter independência e lutar pela independência de outros, pelas liberdades, pela democracia. Com a sua eficiência e vanguarda económica atraíram os melhores cérebros de meio mundo oferecendo-lhes melhores condições e meios de trabalho. Muitos prémios Nobel foram atribuídos a americanos ou que estudaram nos USA, mas originários de várias partes do mundo. Os USA tornaram-se um dos povos mais cosmopolitas, com maior tolerância religiosa, cultural, ideológica, política. Os USA tornaram-se na vanguarda do global e local, quer porque foram pioneiros na Internet e inovações tecnológicas, quer porque os diversos estados podem ter leis locais muito diferentes.
Alguns dizem que os USA são o povo mais odiado. ( http://portugal.indymedia.org/ler.php?numero=35425&cidade=1 ). Algumas justificações parecem-me ridículas, mostrando ignorância, estupidez ou preconceitos: acusam os USA de responsáveis por um milhão de mortos no Ruanda porque podiam ter intervenção militar evitando o genocídio, da mesma forma que os acusam por 10.000 mortos na guerra do Kosovo que pôs termo a outro genocídio e guerra que já tinha causado mais de 250.000 mortos. Não compreendo porque acusam os USA dos milhões de mortos de regimes comunistas no Camboja, Albânia, Angola, Moçambique, etc.
Nos USA encontra-se o melhor e pior de meio mundo. Quem vai à frente comete erros que servem de lição a quem segue na retaguarda. Os USA estão na vanguarda económica e de certa cultura global que muitos contestam. Mas penso que muita dessa contestação, e anti-americanismo instintivo primitivo contribui para a exclusão de muitos benefícios que meio mundo recebe dos USA. Certo anti-americanismo parece-me uma forma de racismo semelhante ao pior racismo que existe nos USA como em quase todo o mundo. Penso que isto contribui mais para aumentar as guerras em vez de as eliminar. Parece-me que os USA tinham reduzido o empenho militar antes do 11/9 e depois retomaram o aumento do financiamento militar. Penso que os pacifistas devem orientar as suas energias para suprimir as causas das guerras, em vez de se manifestarem sobretudo quando se desarmam os piores guerreiros.
Mais:
USA: ódio irracional, anti-americanismo primitivo, e deformação da informação
USA-ONU e governo mundial
ANTI-AMERICANISMO EM CERTOS FÓRUNSINTELIGÊNCIA, ESTUPIDEZ E ÉTICA NO ANARQUISMO CAPITALISMO E COMUNISMO
Psicologia, sociologia e filosofia do anarquismo no www.pt.indymedia.org
ÉTICAS, GUERRAS E TERRORISMO
PAZ, MÁRIO SOARES, POLÍTICA, POPULISMO E HEROÍSMO
CARTA ABERTA À ONU
"JUSTIÇA SEM FRONTEIRAS"
ONU, GLOBALIZAÇÃO E GOVERNO MUNDIAL
ONU, WEB-GLOBALIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO, ÉTICA E JUSTIÇA
INFORMAÇÃO, OPINIÃO, MENTIRA E CRENÇAS MUITO DUVIDOSAS
(1)Nota:
Escrevo USA e não EUA porque penso que uma linguagem global prioritária será um dos meios mais necessários e importantes para construirmos uma fraternidade universal futura. Para isso convido todos os povos a usarmos o mesmo termo, de preferência o que já é mais usado, e não traduzirmos palavras novas. Se concorda divulgue esta ideia e se não concorda comente-a: >>>
Do dialecto galego à língua global, dos guetos à cultura global ou integração no meio
Língua e cultura global ou local?
LÍNGUA GLOBAL ou LINGUAGEM UNIVERSAL

1 comment:

Anonymous said...

A conciliação da retribuição do trabalho intelectual com a salvaguarda dos direitos de autor e a difusão democrática da cultura são uma necessidade de governo global da Internet: Sem protecção de direitos de autor não existe o mesmo estímulo à criação, invenção, progresso, ... Mas com exagerada proteção os próprios autores sofrem com a falta de divulgação.
Os USA são dos principais protectores dos direitos de autor e donde surgem os maiores progressos para a Humanidade: Internet, Microsoft, Google ...
Penso que mais do que leis devem existir directivas globais da ONU e colaboração com todos os governos que por sua vez estabelecerão leis dentro dessas directivas globais e colaborarão para aplicação de certos princípios gerais de retribuição dos autores e difusão do melhor.
>>> http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=54077&cidade=1

USA e ONU são dois exemplos muito diferentes de globalização. Com o contínuo desenvolvimento de Internet e novas tecnologias torna-se cada vez mais urgente um governo, justiça, ética, moral, deontologia, civilidade e boas maneiras de comportamento online e em tudo o que tem mais consequências globais, não tem fronteiras. Mas será melhor o pragmatismo de USA ou burocracias da ONU?