Thursday, October 28, 2004

Saddam na justiça muçulmana, portuguesa e americana
Saddam é o primeiro ditador muçulmano a ser julgado pelo seu povo. Os americanos livraram o povo do seu ditador e entregaram-lho num prato dourado depois de pagarem 25 milhões pela sua prisão, centenas de vidas humanas dos seus soldados, milhares de traumatizados, milhões de polémicas, biliões de dólares...
Estes factos podem ter outras interpretações: os americanos precisavam de petróleo e de dominar o Médio Oriente, investiram para se apoderarem das riquezas e instaurar um governo fantoche com um tribunal fantoche que garantirá os interesses americanos.
Em minha opinião as duas interpretações têm muito de verdade e nenhuma detêm toda a verdade. Penso que os americanos estão na vanguarda não só económica mas de uma nova ética global: o petróleo do Iraque não é de Saddam e de sua família mas do mundo. Entrará nos mercados internacionais favorecendo todo o mundo e não uma família ou os terroristas.
Um dissidente contou na TV de Itália como Saddam fez desaparecer uma centena do seu partido que numa reunião discordavam da sua linha política. Se fosse julgado como julgou os dissidentes da sua política já estava morto. Por injusto que seja o seu julgamento será melhor do que no seu regime.
Curioso que tenha estado por muito tempo em primeiro lugar na primeira página do http://portugal.indymedia.org um tribunal para o defender, e consideram os eleitos democraticamente "escumulha burguesa e fascista" ( http://portugal.indymedia.org/ler.php?numero=40496&cidade=1
Tribunal Internacional sobre o Iraque, no Porto ).
Durante mais de 20 anos tive dos árabes duas imagens contrastantes: os pobres emigrantes magistralmente retractados no infelizmente desconhecido filme "O autocarro", e os príncipes hereditários do petróleo com todas as suas famílias a exibirem as suas riquezas nos postos mais luxuosos do Ocidente: jogarem fortunas a Las Vegas, rodeados de dezenas de mulheres nos night-clubs, etc. Recordo um árabe com seu vestuário típico num night-club de Viena rodeado de "alternantes" que me deitou ao chão uma gorjeta de cem dólares. Apanhei-a e consolei-me da humilhação com a satisfação de ter triplicado o salário daquele dia. Recordo histórias dos que ofereciam Rolls-Roices às amantes, dos que mandavam fechar os night-clubs para terem dezenas de mulheres por sua conta, com dezenas de garrafas de champanhe...
Hoje fala-se muito da riqueza de Bill Gates e de Berlusconi que fizeram fortuna do nada com o seu trabalho e orientação do trabalho dos outros para benefícios sociais. Fala-se pouco daqueles que fizeram fortuna por herança ou porque mataram adversários para se apoderarem de riquezas naturais, como foi o caso de Saddam.
A "resistência" iraquiana é considerada justa por 94% de uma sondagem de uma TV árabe, mesmo quando sequestram as voluntárias ocidentais que vão ali ajudar os seus pobres. Mas o que mais estranho no Ocidente livre e democrático é encontrar tanto apoio a ditadores e bárbaros que tomam o poder assassinando adversários e sequestrando voluntárias para exigirem resgates e tomarem o poder.
>>>Mais:
Cultura e ética indy, no-global e americana
Crianças de Bagdade, bárbaros islâmicos e colhões ocidentais - Friday, September 10th 2004 Globalizar civilização ou barbárie? Anti-americanismo e estupidez ou ignorância ? Ruanda, anti-americanismo, pacifismos parciais e a arte de deformar a informação
Civilidade ocidental, islâmica e terrorista USA: ódio irracional, anti-americanismo primitivo, e deformação da informação USA: I love you. Resposta a tanto anti-americanismo actualONU, torturas, Berlusconi, superioridade da civilização ocidental: inteligência, hipocrisia ou diplomacia?
Hitler, pacifistas de Che Guevara, terrorismo, FBI, liberdade de informação, Indymedia, ONU e ...

Saturday, October 23, 2004

Globalizar civilização ou barbárie? Anti-americanismo e estupidez ou ignorância ?

Comentários a Miguel Urbano Rodrigues: Intervenção no Encontro Internacional «Civilização ou Barbárie», Serpa, 24 de Setembro de 2004 http://portugal.indymedia.org/ler.php?numero=50255&cidade=1
Certas interpretações parecem-me deturpadas da realidade:
"A história da humanidade apresenta-se indissoluvelmente ligada a desafios que na aparência se apresentavam como insuperáveis. A Revolução francesa de 1789 nasceu como um desses desafios. O mesmo se verificou com a Revolução Russa de Outubro de 1917. E ambas venceram."
Que vitória? Na França Napoleão moveu guerra a meio mundo, tornou-se um imperador omnipotente e depois deixou a França mais pequena e milhões de mortos de Lisboa a Moscovo. A "Grande Revolução Russa" causou cem milhões de mortos e a miséria que conhecemos.
Agora até os USA têm culpa do terrorismo na Rússia? Porque não atribuem as culpas das guerras aos ataques terroristas e à declaração de guerra santa contra "infiéis" do Ocidente? Depois de darem aos USA as culpas dos 3 milhões de mortos no Camboja num regime de ditadura comunista e de outros 3 milhões em Angola e Moçambique depois que a presença portuguesa foi substituída pela russa, cubana e da ex-DDR, (parte da Alemanha que era comunista), agora até o terrorismo internacional se atribui a quem foi mais vítima e mais o combate:
"As agressões militares dos EUA a povos com o iraquiano e o afegão contribuíram, após o 11 de Setembro, para multiplicar e disseminar o terrorismo em escala mundial. Em ultima análise é a política imperial neonazi de Washington a responsável pela proliferação de atentados terroristas praticados por seitas de fanáticos fundamentalistas, incluindo sequestros monstruosos com desfechos de tragédia como o da Ossétia do Norte."
Os USA tinham dado 42 milhões de dólares ao Afeganistão pouco antes de receberem os ataques terroristas. Por isso pensaram que era melhor pagar para uma guerra que lhes desse democracia antes de dar esmolas para terroristas.
"O velho brado antinómico de Rosa Luxemburgo «Socialismo ou Barbárie» não perdeu actualidade."
De facto vê-se quem comete mais atrocidades, quem está do seu lado e quem as combate:
"Koffi Annan, não obstante ser um secretario geral submisso, foi categórico ao declarar que a Organização não voltará em tempo previsível a instalar em Bagdad uma missão permanente. A memória do ataque contra a sua sede, quando morreu o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, desaconselha o regresso."
O cúmulo da barbaridade está no sequestro e morte de voluntários humanitários ocidentais , de crianças, de inocentes, de pobres sem culpas dos ódios racistas, ideológicos ou religiosos. Com satisfação notei movimentos islâmicos a criticarem essas barbaridades. Com vergonha notei co... co... (colhões e cobardes), ocidentais cúmplices dessas barbaridades.
No Afeganistão não se cometem hoje menos barbaridades do que no tempo dos talibâs? Ou em certo "Ocidente só faz notícia o que é contra USA? Pouco antes dos ataques terroristas de 11/9 li no interior de um pequena notícia que 8 ocidentais voluntários humanitários estavam para ser condenados à morte só porque possuíam Bíblias católicas. O assunto só chegou aos títulos de jornais e noticiários depois que eu escrevi e-mails aos meios de informação muito escandalizado por darem tantas primeiras de protesto contra USA por condenarem à um assassino italo-americano ou uma afro-americana e condenarem só no interior de um jornal em pequena notícia a condenação à morte de 8 voluntários humanitários.
A associação humanitária "Médicos sem Fronteiras" teve que sair do Afeganistão por causa das contínuas ameaças e de matarem 5 médicos. Mas para muitos islâmicos e alguns ocidentais são mais barbaridades e fazem mais notícia se os americanos "torturavam" os prisioneiros com humilhações psicológicas e talvez algumas físicas mas que nem nada se comparam com a tortura de milhares até à morte por simples discordância política, por concorrência nos amores ou simples distúrbio com a música alta, como de facto o próprio Saddam se defendeu dizendo que aplicava até contra os filhos tendo condenado um a uns dias de prisão por ter matando um iraquiano só porque o disturbou com a música alta.
Estas informações são menos importantes do que as campanhas para a defesa de Saddam e os elogios à resistência no Afeganistão e Iraque: " Mas em ambos os casos a resistência das populações impediu a execução dos chamados planos de reconstrução, na realidade de recolonização." Uma "recolonização" de que os USA têm exemplos que só por estupidez ou ignorância não são reconhecidos: comparem a ex-DDR, (Alemanha comunista), com a BRD, (Alemanha "colonizada pelos USA), ou comparem outras partes do Globo que antes estiveram unidas e que depois se separaram com a influência americana: Albânia-Itália, Alemanha-Checoslováquia-Polónia-Hungria-Áustria. Veja-se outros povos onde a influência americana se fez sentir com mais importância: Japão, Suíça, etc.
Penso que só por estupidez e ignorância se pode afirmar: "Lutar contra o sistema de poder que tem o seu pólo em Washington tornou-se, portanto, uma necessidade ligada à sobrevivência da humanidade."
Penso que nem tudo é bom e se pode aplicar ao resto do mundo mas se deve aprender da eficiência americana para criar uma federação de governos que aproveite melhor e com mais justiça os benefícios da globalização e resolva os problemas e injustiças.
Penso que só por anti-americanismo primitivo, estupidez ou ignorância se pode afirmar:
"O golpe mais duro que atingiu a extrema direita estadunidense foi, entretanto, a divulgação das torturas infligidas aos prisioneiros iraquianos. Os media passaram a chamar «abusos» à tortura, mas o artificio não funcionou. Ficou transparente que a soldadesca norte-americana ,com a cumplicidade do alto comando, recorria a métodos que somente encontram precedente nos utilizados pelas SS nazis no III Reich alemão."
Enquanto os nazis mataram milhões de inocentes os americanos "não produziram uma gota de sangue nem partiram nenhum osso", (segundo testemunha dos factos nas prisões do Iraque). Ao contrário dos nazis que mataram milhões de inocentes por ordens superiores e sempre defendidos pelas ordens superiores, os americanos reconheceram as ilegalidades e condenaram os seus soldados. Ao contrário dos co... co... ocidentais que à semelhança dos 94% de uma sondagem de uma TV árabe toleram os rapto de ocidentais incluso voluntários humanitários como as duas italianas.
"Os grandes jornais, incluindo The New York Times, adoptaram uma atitude ambígua. De modo geral apresentaram a tortura como excepcional, sublinhando que suscitara a adequada resposta de uma justiça democrática." Para certa informação italiana essas humilhações psicológicas com títulos de "horríveis torturas" foram consideradas piores do "O devastador ataque à caserna dos italianos valeu como advertência. Aliás, os governos das Filipinas, das Honduras, da Republica Dominicana e da Nicarágua já retiraram os seus contingentes, seguindo o exemplo espanhol. Os ucranianos vão também sair."
Poucos sabem dos hospitais, alimentos, medicamentos e outras ajudas humanitárias que os Italianos estavam a proporcionar à população do Iraque. Aquele ataque estragou os benefícios que muitos estavam a receber.
Aquele ataque foi saudado por alguns co... e co... italianos que escreveram slogans a desejar: "10, 100, 1000 Nassiryia". Ofenderam a memória de mortos com uma ética superior foram para o Iraque com a intenção de estabelecer a paz e permitir a reconstrução, como depois se viu em documentários das testemunhanças dos que morreram.
... "As condições objectivas são favoráveis no momento em que o povo do Iraque, numa resistência que assume as proporções de uma insurreição contra os invasores, surge como herói colectivo, batendo-se pela humanidade inteira. É necessário que a maré do protesto volte a subir. O momento é muito propicio para isso. A insurreição do povo iraquiano desorientou Washington, que perdeu a iniciativa, passando á defensiva no plano político, e sofrendo duros golpes no terreno militar. No primeiro aniversário da agressão ao Iraque milhões de pessoas voltaram a tomar as ruas em muitas cidades. Em Roma foram quase três milhões, em Barcelona 150 000, em Madrid 100 000. É significativo que a Itália e a Espanha ,por iniciativa de governos de direita, tenham enviado para o Iraque importantes contingentes militares.
Mas a jornada de protesto não apresentou, contudo, a nível mundial a amplitude das do ano anterior."Recordo que em 2003 na capital da Roménia, a Bucareste, só se manifestaram uns 100 pacifistas contra a guerra no Iraque e foram seguidos de outra manifestação de outros tantos de apoio a Bush. O director de uma publicação da Roménia recorda que o povo teve a experiência da ditadura de Ceausescu e muitos desejaram que viessem os americanos a libertá-los da ditadura como tinham feito antes em parte da Europa e depois fizeram no Iraque com Saddam. (Fonte: "Valori comuni dell´Occidente", em "Corriere della Sera" 2004-10-16). Ao contrário da maioria actual discordo de: "A guerra do Iraque assume cada vez mais os contornos de uma guerra perdida. Tal como ocorreu no Vietnam..."
Até o Vietname cada vez me parece mais uma batalha perdida por uma guerra vencida: foi um campo de batalha entre capitalismo americano contra comunismo da URSS e China. Sem aquela guerra o mundo seria certamente diferente mas duvido se para melhor ou pior.
"Cuba é o terceiro vértice do triângulo que preocupa os estrategos estadunidenses. O povo da Ilha não se submete, não abdica do direito de construir e defender o socialismo. Na perspectiva de Washington a sobrevivência da sua revolução , aguentando o mais prolongado bloqueio de que ha memória, oferece um perigoso exemplo para a América Latina. Demonstra que é possível resistir vitoriosamente seguindo um caminho próprio. Cuba é o único pais do Hemisfério onde o direito á vida ,à saúde ,à educação ,à cultura é pilar de um conceito revolucionário dos direitos humanos que não é farisaico como o das democracias formais do mundo capitalista."
Condenam à morte os que tentam e chamam-lhe: "um conceito revolucionário dos direitos humanos"? Penso que só por anti-americanismo primitivo, estupidez ou ignorância se pode afirmar isto.
"Mobilizar para acções concretas, bem coordenadas, esse formidável potencial de combatividade -- eis a grande tarefa a ser assumida pelas organizações e partidos revolucionários do Continente e pelos movimentos sociais progressistas que recusam o discurso dos reformadores do capitalismo."
Penso que é essa combatividade aliada à cultura dos pacifismo parciais de Che Guevara que dá o poder aos menos pacifistas como Saddam e os talibâs.
Quando escuto a "crise profunda do capitalismo" penso sempre na anedota que se contava na Hungria comunista pouco antes da queda do muro: "o capitalismo está à beira do abismo para ver o abismo em que caiu o comunismo".
>>> Mais:
Barbárie e cúmplices co... co... http://portugal.indymedia.org/ler.php?numero=50320&cidade=1
Comentários vários:
Curioso como em certo "ocidente" estas notícias ou tudo o que é feito pelos USA escandalizam mais do que horrores piores contra inocentes, crianças e as voluntárias humanitárias sequestradas no Iraque...
http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=37951&cidade=1
"A deriva fascista do regime de George W. Bush: Os EUA restabelecem a tortura"
...
Curioso como em certos meios "ocidentais" de informações algumas humilhações psicológicas a prisioneiros feitas pelos americanos na sua luta contra o terrorismo internacional escandalizem mais do que as crianças sequestradas, violadas e mortas às centenas pelos terroristas, as centenas de mortos nos ataques de Madrid ou os milhares no 11/9
http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=38238&cidade=1
"Cidadão sueco preso em Abu Ghraib processa Exército dos EUA por torturas"

Wednesday, October 13, 2004

Ruanda, anti-americanismo, pacifismos parciais e a arte de deformar a informação

Num jornal italiano li as declarações de um conselheiro de Clinton dizendo que se manteve à margem do que aconteceu no Ruanda porque o povo americano estava traumatizado das imagens muito divulgadas da cabeça de um americano a ser arrastada pelas ruas de uma cidade africana com grande alegria da população.
Mas grande parte dos meios de informação deu as culpas aos USA por terem permitido o genocídio sem intervir. Não sei porquê só em 1983 e 1984 apareceu nos meios de informação em Itália muitas acusações aos USA como se fossem os grandes culpados deste genocídio por não terem intervenção.
Porque razão numa Itália com tanta manifestação dos pacifista de Che Guevara a queimarem as bandeiras americanas pela intervenção americana no Kosovo, Afeganistão e Iraque acusam os USA tanto pelas intervenções militares como pela falta de intervenção?
Mas mais curios acontece no fórum http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=35921&cidade=1&forcarcomentarios=S#50062 :
Fernando Negro em 02-04-2004 coloca uma grande notícia em inglês com o título em português: "EUA escolheram ignorar genocídio no Ruanda ..." ( http://www.guardian.co.uk/usa/story/0,12271,1182431,00.html , US chose to ignore Rwandan genocide).
Para muitos que não conhecem inglês fica a mensagem do título de acusação aos USA. Para quem ler todo o texto em inglês cheio de culpas aos USA só no final fala de apoio francês à outra parte. Note-se que este texto é tirado de um livro, imagino que é a parte mais anti-americana, e só aquela parte que mais anti-americana.
É evidente que todas as guerras trazem vantagens para uns e desvantagens para outros. É evidente que em todas as guerras uns recebem armas e apoios de uma parte e outros de outras. O facto de aparecerem dez anos depois umas interpretações tomando nitidamente partido por uma parte contra a outra é uma deformação da informação. Toda a informação, mesmo a verdadeira, mesmo a que apresenta diferentes pontos de vista deforma pela ordem, pela prioridade e pelo que escolhe.
Num fórum que me parece irracionalmente anti-americano tomei partido em sua defeza, deformando naturalmente a informação para contrabalançar. Recebi muitas ofensas que aqui deixo para a história. Eu penso que as guerras americanas do século passado livraram parte do mundo do comunismo, fascismo e nazismo. Penso que as deste século estão a alargar as democracias onde existiam ditaduras islâmicas terroristas anti-ocidentais. Mas muitos ocidentais odeiam os USA e preferem colocar-se ao lado dos terroristas islâmicos. Penso que se enganam como os pacifistas parciais contra USA quando combatia o comunismo, e indiferentes quando URSS invadiu Hungria.

USA e ONU são dois exemplos muito diferentes de globalização. Com o contínuo desenvolvimento de Internet e novas tecnologias torna-se cada vez mais urgente um governo, justiça, ética, moral, deontologia, civilidade e boas maneiras de comportamento online e em tudo o que tem mais consequências globais, não tem fronteiras. Mas será melhor o pragmatismo de USA ou burocracias da ONU?